"ele via o seu próprio reflexo no espelho e sentia pena, pena de si mesmo. ele sabia que era a pior maneira de se auto-punir, era sentir-se abandonado por ele mesmo; no entanto, estava certo, sabia onde queria chegar e como chegar...não ia se sucumbir pelo medo mais uma vez, definitivamente tomará a decisão que tanto almejava, mas que por falta de coragem ou seja lá o sentimento que for, o fazia sempre desistir. Na parede de seu quarto, a replica do quadro "Melancolia' de Durer se encontrava intacto pelo vento e a frase que tanto perturbava seu ser estava estancada lá:"é possível viver no desespero sem desejar a morte?" Não, não é possivél. Aceitava a morte como aceitou tantas vezes o amor impuro das moças de bordéis...não era covarde,isso não, ninguém além dele mesmo poderia entender...Dirigiu-se até a cozinha, pegou o último cigarro, acendeu, foi até a sala, pegou o primeiro cd que vinha a sua mão, estranhamente, uma coletanea de Janis Joplin, sorriu, perfeito...não deixaria recado a ninguém, nem mesmo a si mesmo...pegou o revolver de trás da calça, beijo o cano, foi até a janela, observou as estrelas pela última vez, deixou cair uma lágrima, se dirigiu até o banheiro, fez sua prece: 'Vão todos se fuder'...apertou o gatilho e só pode ouvir um estopim...escuridão!"
Ele achou sua maneira de aliviar sua dor!
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