quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

sua falta sinto

Eu não sei mais como me manter firme. Eu juro que eu tentei, tentei não te procurar, tentei dar risada e até tentei me enganar, mas nada foi suficiente para eu não almejar sua presença. Ainda estou esperando que você apareça na minha porta com um sorriso meia boca sem graça pedindo para que eu te convide para entrar; eu sei que é uma espera vã, torutosa e ilusória. Mas eu continuo esperando, Hoje você está mais distante de mim, não apenas em pensamento, mas em estado físico. Procuro me controlar para não deixar as lágrimas me invadirem, procuro ler, escrever e ouvir música, para não deixar seu presença me dominar, mas está dificil. De relances e relances, de minutos e minutos e até de segundos e segundos, o vento inerte, me traz seu perfume e não somente seu perfume seu cheiro, sua presença...as reticiencias vão nos levar para algum lugar, seja um lugar calmo ou um lugar estrondoso, não sei. Eu não sei como vou conseguir ficar sem você, sinceramente ue não sei, a armudura de areia que tanto te colocava não funciona comigo, ela até tenta se manter firme, mas com um simples sopro seu, ela se desfaz em grãos que são levados com a sua água de ausência.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Fodidos

A noite chegou e ele não pode ver novamente o crepúsculo do dia comum. Não importava, ele nunca se importava e nunca iria se importar. Caminhou lentamente entre as ruas e avenidas dessa cidade morta, entre os rostos tristes e vazios como o seu, caminhou em direção ao bar D'Esquina, como gostava de chamar.Entrou e se sentou na mesma mesa que sempre se sentará, e nem preciso pedir a bebida, o garçom trouxe a primeira dose de Whisky e foi servir as demais mesas que estavam quase as moscas. Ele olhou pros lados e constatou o que sempre constata:' São todos uns fodidos, como eu'. Ele sabia disso, mas não se importava, ele tinha aceito o fardo dele ser um filha-da-puta sem sorte ou sem coragem, havia aceitada desde os seus 15 anos. Já se passará das 22:00 horas e ainda sua garganta pedia mais Whisky, mexeu nos bolsos e percebeu que só tinha mais vinte pratas e meio maço de cigarro Derby, riu do seu próprio infortunio e lançou um cuspe no chão do bar. Um homem entrou no bar e se aproximou, cara de bacana, cabelos castanhos escuros e oljhos frios e envolventes, ele pensou: ' um ótario procurando uma puta nessa espelunca', o homem se aproximou mais e disse:

- Licença camarada, posso me sentar com você?
- Só se você me pagar mais umas doses de Whisky- ele disse
- Sem problemas...
- Não sou veado não, se estiver pensando nisso cai fora
- Não estou procurando um veado, apenas uma compania nessa cidade morta
- Está bem, senta-se- ele disse
- Ok!

Os dois não trocaram uma palavra durante uma hora, ele bebia as doses da bebida paga pelo estranho e o estranho não parecia se incomodar com o silêncio, apenas disse:

- Onde você mora?
- Na República, na 24 de maio, numa pensão- disse ele com ar de poucos amigos
- Moro no Morumbi- disse o estranho
- Foda-se, somos todos uns fodidos
- Concordo
- É

O estranho se levantou, pagou a conta e lançou um olhar a ele de despedida, ele acentiu com a cabeça e bebeu mais um copo. Ganhou a rua a meia noite e sentiu vontade de passar na Augusta e comer uma vadia, mas a vontade passou e ele se pegou pensando no estranho, no que aquilo significava, por que um ótario do Morumbi, entrara num bar no centro dessa cidade imunda e pagara Whisky para um vagabundo quase sem teto? Não sabia, mas teve uma sentimento de compaixão, de solidariedade, talvez o estranho estava apenas precisando se sentir vivo, apenas se sentir um fodido de verdade.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Um adeus ou o fim de uma projeção?

Eu sei que tenho que superar. Mas não sei o que superar e nem onde me curar. Você me deixou quando aos prantos pedi para ficar. Você foi irredutivel na sua resposta e virou as costas e me deixou sozinho no meu quintal. O copo de vinho, não taça, o copo mesmo, ficou pela metade e a tarde se esvairou de mim e junto dela minha paz se foi. Eu disse que juntos poderiamos superar e você acenou negativamente com a cabeça e me deixou...Morri naquela tarde, morri em vida e não me coloquei de pé ainda. O tempo, dizem, é o melhor para afogar e matar o amor e a saudade, mas veja, isso no meu caso, acontece ao contrário, aumenta o amor e deixa a saudades tomar conta do meu coração em lástima.Queria poder arrancar do meu peito essa dor, arrancar do meu pescoço esse anel sem me ferir, sem me matar, mas sinto que é impossivél, é inalcansavél. O pior de tudo não é sua ausência e nem sua indiferencia, é o gosto do último beijo e a gota de sua lágrima que desceu pelo meu rosto.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Olhos Castanhos

Apesar das horas correrem, eu permaneço no vacuo do tempo. Ainda encontro restrições sobre como seguir em frente sem me lembrar dos olhos castanhos escuros. Aqueles olhos que tanto saboreei e venerei. Talvez em um futuro não tão distante me veja procurando outros olhos castanhos escuros ou até mesmo olhos verdes e azuis, mas no momento continuo me afogando neles, nos olhos castanhos escuros dele. Minha mente busca algum traço familiar, desde a pupila até os cilios nos olhos que encontro no corredor de minhas caminhadas...Que dominio tem sobre o meu pobre ser, um dominio de me encantar e me machucar, de me satisfaz e me punir; maior punição é a escravidão desses olhos castanhos.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Um poema incompleto

até quando ver meninos morrer?
até quando se esconder para viver?
até quando não andar de mãos dadas?
até quando se privar de poder se amar?

onde isso vai acabar?