domingo, 21 de agosto de 2011

Um pensamento sem título ou as formas deduzidas de amor

As vezes penso que o amor pode acontecer com um olhar, com algum gesto inofencivo ou com um andar desingonçado.Outras vezes, tenho a impressão, melhor dizendo, a convicção, que o amor só se faz mesmo com a convivência, com o passar do tempo, onde os amantes, começam a conhecer os defeitos, as manias e o jeito de ser um do outro.
Fato é que quando penso no sentimento amor, uma desorganização se instala no meio do meio do meu caos interior. Quando a noite penso, no que poderia ter acontecido com o olhar que não cruzou o meu, com o gesto que não percebi, com o andar desingonçado que não ri, fico aos prantos mudo, num Bing Bang ao inverso e isso me mata madrugada adiante. Pior: as conclusões que chego, quando por pura falta de pensamentos sobre outros temas, me ponho a pensar em relações passadas, no que poderia ter acontecido, se não fosse por iniciativa própria minha ter acabado. Me questiono qual defeitos poderia me irritar, qual mania acaharia irreversivelmente engraçada e cada vez mais eu poderia, ou não, me apaixonar pelo jeito de ser do que um dia foi o amor que eu senti.
Amor. Eis o elixir e ao mesmo tempo agouro do homem. Racionalizar o amor é o mesmo que um plutocrata ser influente por sua humildade. O amor não se racionaliza, se sente. Deixa fluir, ora pelos olhares, gestos e andares engraçados, ora, pelo tempo, pelo conhecer um do outro...tudo flui, o amor é como o ar: flui entre as pessoas.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Libidinoso

Arranco sua roupa de festa
Beijo nervoso sua boca
Acaricio trêmulo seu peito
Deslizo louco pela sua anca

Agarro-te por trás
Puxo seu cabelo firmamente
Debruçada, amo-te por inteira
Deitada, domino-a de corpo e mente

Minhas mãos firmes, encho a com seu seio
Meu corpo em espasmos, pedindo seu afago
Os corpos suados, pedindo mais espaço
O desejo cravado, pelos olhos anunciado

Transa, membros e desejos
O físico misturado com o psiquico
Orgasmo, a consequência do prazer
O gemido, a intensidade do querer

Os pelos pubianos se encontrando
Faz do arrepio um momento fatal
O grito mudo do ecstasy final
Faz dos amantes: unção sexual

A perda óbvia

Eu perdi um espaço dentro de mim. O espaço que você preenchia nas tardes de frio, mas ensolaradas. Eu perdi a importância de ser atendido por um simples sorriso, de ser resgatado por uma piada banal sobre algo totalmente trivial. Eu perdi a capacidade de sorrir naturalmente, sem máscara, sem fantasia, sem estratégia de fingir estar bem. Eu perdi os planos que não fizemos, os filmes que não vimos, os livros que não emprestamos um ao outro, as músicas que iam nos emocionar, as viagens que íamos fazer. Eu perdi.

Eu derramei lágrimas por perder. Sorri um sorriso demente, daqueles sem demonstrar tristeza. Eu perdi uma parte de mim, quando em você, eu não mais me vi. A desorganização interior que em mim sempre esteve presente, se fez mais eficiente. Ganhei caos, dor, tragédia, amargura, banalidade. Demência.

Manhãs, tardes e noites. Som e fúria. Amor e o maior abandonado. Insensatez. Perdido. A grande mentira: tudo vai passar. Não passa. Sempre resta algo, uma lembrança, um cheiro, uma música, um momento, um lugar; aquele lugar! E esse algo que resta é o que foi perdido, é o que vai ficar no subconsciente. Eu me perdi, quando a ti, não mais vi.