segunda-feira, 4 de abril de 2011

requiém para uma vida

Rascunhos de uma vida. Seria o título perfeito para descrever o que vivo e o que provavelmente viverei até o dia do ato final dessa comédia desumana que é minha vida. Essa trágica comédia, me faz pensar nos sentidos das coisas, nos por ques, nas mazelas que são as pessoas de pouco coração, nas incertezas causadas pelas insatisfações, nos prazeres banais, na carne das putas dos becos imundos, no ato duvidoso daqueles que se autoproclamam senhores governantes de nações, nas misérias sofridas por decendentes escravos sem credo e sem cor...Me faz pensar e não chegar a conclusão alguma! Entre protestos e lamentações minha alma se dilacera, se faz em pedaços, se torna muitas e essas muitas tomam formas. Formas sombrias, formas de luz, formas carentes, formas egoístas....formas humanas! Essa é a condição, a condição de quem, como eu, vive intensamente, que não aceita sentir pela metade, se preocupar pela metade, falar pela metade. Aborrece-me ser pela metade, quando sou, não sou eu de verdade, apenas mais uma das formas de minha alma...essa é a condição de ter várias almas em uma. É o resultado do que sou, o resultado da vida que não escolhi, mas que é em mim, que é o reflexo, ora embaçado, ora nítido, do que somente sei ser: humano. Ser um ser humano é demasiado ser imperfeito. Aplaudo o palco da vida, gargalho junto com a plateia, choro nos atos dramáticos, finjo tão bem quanto os atores, amo tão impuramente quanto me amam...sou tudo que não desejo, mas na mesma proporção do que quero! Sou marionete nas mãos do Destino. Basta. Blasfémia, Destino não existe, já havia dito: "o destino é a ilusão para culpar" Qual é a culpa? Qual é o erro? Qual é o drama da vez? Qual é o seu tempo e qual é o meu tempo? O tempo, o único responsável pela paz, o único que podemos dizer: Amém! Rascunhos de uma vida, é um bom título para uma epitáfio qualquer.

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